O Palmeiras parece mais maduro em sua forma de atuar. Contra qualquer rival, o time mantém postura de partir para cima e não dar a menor chance ao oponente. Foi assim contra o lanterna Coritiba. Teoricamente, o Palmeiras poderia ter jogado sem tanto apetite. Mas não foi isso o que se viu no Allianz Parque. O Palmeiras tem mostrado mais jogadas diferentes, ora pelas pontas, ora pelo meio, ora invertendo as jogadas. Isso tem pego os rivais de surpresa. Para cada partida, o time tem um jeito de se moldar ao rival e mudar também sua maneira de atuar. Passa a impressão de que está sempre evoluindo.
Um dos desafios do Palmeiras é não se fazer conhecido e manjado pelos adversários. O time tem conseguido fazer isso usando garotos da base, reservas ou titulares. Não importa quem está em campo, a equipe sempre evolui em algumas jogadas. Abel Ferreira sabe usar seus jogadores, ora por dentro, ora por fora, ora em velocidade, ora segurando mais a bola, ora com saídas rápidas com o goleiro Weverton, ora tocando a bola mais cadenciado, ora trocando atletas, ora deixando alguns deles até o fim. Não há, portanto, uma forma de marcar esse Palmeiras.
A sensação, de fato, é que o time está sempre evoluindo, e com o mesmo elenco. O último a chegar foi Artur. E caiu como uma luva. Os números acompanham o time em campo. O Palmeiras chegou a 20 gols no Brasileirão após a vitória de 3 a 1 sobre o Coritiba. É mérito dos jogadores antenados e ligados na partida. Tem 19 pontos e continua sua perseguição ao Botafogo, com dois pontos a mais e mesmo número de jogos. O aproveitamento do Botafogo é de 77%. O Palmeiras tem 70%.
O time da Pompeia ainda não perdeu na competição nacional. É o único nesta condição. Está firme na Libertadores e também na Copa do Brasil. Sofreu até agora 8 gols no Campeonato Brasileiro. Está atrás nesse quesito do Fortaleza (6) e de Atlético-MG e Botafogo, ambos com 7 gols.
Há jogadores animados mesmo depois das conquistas e do tempo de casa. É um mérito de todos eles também. Dudu não precisa fazer gols para ser referenciado pela torcida. Parece claro isso no Allianz. Ele tenta de todas as formas, tem chances, mas não é cobrado pelos gols que não marca. Suas atuações são sempre acima da média coletivamente. Rony e Artur fazem por eles e pelos companheiros.
Também é preciso reverenciar alguns garotos que estão sendo lançados, como o meia Luís Guilherme, que entrou diante do Coritiba pela primeira vez como titular. Ele ocupou a vaga de Raphael Veiga, suspenso. Suas passadas com a bola pelo meio de campo chamam a atenção. Ele só tem 17 anos. É da safra de Endrick. Abel chegou a comentar sobre os garotos. Pediu tempo, prazo para que eles ganhem experiência. Gostaria muito de ver Luís Guilherme tendo uma sequência de jogos, mas isso deixo para a comissão técnica do time.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.