Apoiadores de Deltan Dallagnol, deputado cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), realizaram na manhã deste domingo, 4, uma manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, em protesto contra a perda do mandato do ex-chefe da Operação Lava-Jato em Curitiba. Esvaziado, o ato ocorreu em meio a um boicote de simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro — esse movimento expôs um racha na direita.
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Bolsonaro chegou a pedir que manifestantes não fossem aos atos para “poupar esforços” em prol da CPMI do 8 de janeiro, que investiga a invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes, em Brasília.
O Movimento Brasil Livre (MBL), que havia assumido a dianteira ao convocar manifestantes e definir os locais dos protestos, afirmou que estava se retirando da organizações de atos deste domingo. Como justificativa, o grupo disse que estaria sendo atacado por “alas do bolsonarismo”. A deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) também havia feito convocações para os atos, mas voltou atrás.
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Encabeçado pelo partido Novo e pelo movimento Vem Pra Rua, o ato deste domingo foi marcado por críticas aos “excessos” do Poder Judiciário e à indicação do advogado Cristiano Zanin Martins ao Supremo Tribunal Federal (STF). Na manifestação, havia cartazes com os dizeres “Zanin Não”, em referência à escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Supremo, além de ataques ao TSE e faixas com pedido de instalação de uma CPI do Abuso de Autoridade, “contra uma Justiça a serviço do PT”.
Outros manifestantes levavam pôsteres com as frases ‘344 mil votos cassados por vingança’, ‘Fora des-condenado amigo de ditador’, ‘Não à ditadura do Judiciário’, ‘STF e TSE não rasguem a Constituição’ e ‘Fora Xandão’, em referência ao ministro Alexandre de Moraes. Os organizadores levaram à Paulista bexigas pretas, simbolizando os votos de Deltan.
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Em diferentes momentos, os organizadores lembraram das mobilizações de “10 anos atrás”, classificando o ato deste domingo como um início do “retorno da população às ruas”. Aqueles que usaram o microfone do ato deste domingo, 8, do alto de um banquinho em frente à entrada do MASP também comentaram sobre o quórum do ato - “somos poucos, mas somos bravos”.
O ato ocupou, em seu auge, um trecho de uma das faixas da avenida Paulista. "Não é porque somos poucos hoje, que somos poucos na sociedade. Muitos não estão aqui com medo do divisionismo, pressões e violência", chegou a afirmar um dos que discursaram para o grupo de apoiadores de Deltan. Em outro momento, afirmou-se que não importava o número de participantes do ato, mas sim a constância das manifestações e sua simbologia.
Participaram da manifestação a deputada Adriana Ventura (Novo-SP) e o deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL-SP). Ambos discursaram à frente do MASP.
O deputado cassado Deltan Dallagnol participará de um ato contra a perda de seu mandato neste domingo em Curitiba.
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