Colisão frontal: O dia em que o carro verde de Bruxelas se estampou na realidade

A história recente da indústria automóvel europeia não é apenas um caso de erro estratégico: é um manifesto sobre como a arrogância política pode destruir décadas de liderança tecnológica. O recente e humilhante recuo da União Europeia na proibição dos motores a combustão para 2035 não é uma "revisão" coisa nenhuma – é uma capitulação. É o reconhecimento (tardio) de que o mercado não é decretável por burocratas, estejam em Bruxelas ou noutro lado qualquer, mas conquista-se por quem compra e, neste caso, conduz.

As metas impostas eram, na sua génese, um exercício de ficção. Tentou-se forçar uma transição 100% elétrica em menos de uma década, ignorando o fosso abissal tecnológico, de preços, uma rede de carregamento que parou no tempo e a entrega voluntária das chaves do nosso mercado à China – que hoje domina a cadeia de valor das baterias. O resultado deste "salto no escuro" sem rede? Um terramoto........

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