Nos finais do século XX, li o livro de Gilles Lipovetsky “A era do vazio”. Nesta obra, este sociólogo francês, analisa a nossa sociedade pós-moderna e disserta sobre as novas atitudes do indivíduo que se manifestam no mundo ocidental, atitudes essas que, segundo ele, traduzem uma perda de importância da esfera pública, bem como das suas instituições coletivas (sociais e políticas), que vai cedendo perante a emergência do individualismo de tipo narcisista e hedonista.
Recordei-me desta obra a propósito dos eventos desportivos que estamos a viver neste Verão: o campeonato europeu de futebol na Alemanha e os jogos olímpicos de Paris.
Vemos que há uns tempos a esta parte, uma das únicas coisas que parecem mover os homens contemporâneos é o desporto, a par de outras coisas como os festivais musicais, o culto panteísta da natureza e........