“Aquele que não se preocupa com a opinião dos outros acerca de si não é apenas arrogante, mas também um sem vergonha”. (cícero, político e escritor).
Na altura em que escrevo esta crónica, Portugal ainda não votou. Contudo, ao ser lida, já saberemos quem venceu as eleições continentais. Aí, será tempo de dar os parabéns à força política vencedora, bem como ao seu líder por ter conseguido passar a mensagem das medidas que se propôs levar a efeito no país. Se bem que existam dúvidas sobre se tais propostas verão, alguma vez, a luz do dia.
Pois bem, arrumada a refrega eleitoral por cá, outra virá com as próximas eleições na Região Autónoma da Madeira (RAM). As quais se espera virem a ser marcadas, lá para maio, pelo sr. Presidente da República. Isto, depois de o Governo Regional, há pouco eleito, ter caído devido a escândalos de suposta corrupção.
Ora, sabe-se que Miguel Albuquerque (MA), decidiu recandidatar-se ao cargo de Presidente daquela Região madeirense. Isto é, fazer de conta que nada se passa. Quando, na verdade, continua a ser arguido suspeito dos crimes de que foi acusado pelo Ministério Público. Um autêntico incómodo para o PSD, que irá ter de lidar com a situação sem conhecer o seu desfecho.
É que, lá como cá, apareceu dinheiro em envelopes e depósitos bancários sobre os quais se insinuam ilicitudes. Um enriquecimento encoberto que se vai teimando em não criminalizar, nem fazer reverter esses bens a favor do Estado. Caso esse, cuja investigação já soma elevados custos para o erário público, dada a deslocação de 300 inspetores da PJ em dois aviões militares, mais os da estadia.
Com efeito, MA sabe que a Justiça portuguesa é lenta e que, se calhar, só depois de terminar o mandato – caso volte a vencer as eleições – é que se verá, ou não, se é culpado. E como destes casos investigados a evolverem políticos em nada resulta, é capaz de ter algum êxito. Ou seja, se conseguir ser eleito ter a oportunidade de eliminar vestígios, terminar alguns negócios que ficaram a meio e arrecadar mais uns trocos.
Toda a gente tem noção de que o Arquipélago Madeirense sempre foi, em democracia, um bastião social-democrata. Em que se chegava a dizer que a Madeira era o Jardim do João. Porém, até hoje, nunca nenhum jornalista se deu ao trabalho de indagar sobre o seu aforro. Pois deste seu benjamim, MA, na nossa Imprensa diária, já saiu à cena a posse de um belo palacete à beira-mar, a 23 m de altura sobre uma falésia, na freguesia de Ponta Delgada, avaliado em 1.777.149€. Fora aquilo que não se sabe.
Pois bem, até aqui a coisa parece não ter grande relevância quanto ao que vale o imóvel. Porém, a coisa muda de figura quando o havia registado por 33.214€, a fim de lhe ser fixado o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) em 99€. Entretanto, como soaram os alarmes, o fisco acabou por atualizar o Valor Patrimonial Tributado (VPT) subindo-o em 436%, tendo ficado o referido imposto em 531€ anuais. Isto é, muito abaixo daquilo que é o valor cobrado por uma casita modesta ou, até, por um T3 numa urbe qualquer e muito inferior a um milhão de VPT. Será isto normal? ou aqui há gato sobre como é que se adquire tanto dinheiro na política?
Obviamente que não poderia deixar passar isto em claro, uma vez que durante a campanha para as legislativas nacionais, teci aqui alguns comentários a uma situação similar respeitante a Pedro Nuno Santos, do Partido Socialista. Por isso, com a devida “equidade”, achei por bem equilibrar as coisas quanto a um e ao outro. Já a Alta Autoridade Tributária parece ter a máquina das avaliações avariada. O que vem fazer com que a injustiça se celebre a todo o momento no nosso país, penalizando os humildes e beneficiando os novos-ricos da política.
Todavia, Albuquerque entende dever marimbar-se para a opinião de algumas elites do PSD que veem na sua atitude algum incómodo coletivo. Enquanto isso, ele persiste em ter trunfos na manga para conseguir ser ilibado das suspeitas.
“Aquele que não se preocupa com a opinião dos outros acerca de si não é apenas arrogante, mas também um sem vergonha”. (cícero, político e escritor).
Na altura em que escrevo esta crónica, Portugal ainda não votou. Contudo, ao ser lida, já saberemos quem venceu as eleições continentais. Aí, será tempo de dar os parabéns à força política vencedora, bem como ao seu líder por ter conseguido passar a mensagem das medidas que se propôs levar a efeito no país. Se bem que existam dúvidas sobre se tais propostas verão, alguma vez, a luz do dia.
Pois bem, arrumada a refrega eleitoral por cá, outra virá com as próximas eleições na Região Autónoma da Madeira (RAM). As quais se espera virem a ser marcadas, lá para maio, pelo sr. Presidente da República. Isto, depois de o Governo Regional, há pouco eleito, ter caído devido a escândalos de suposta corrupção.
Ora, sabe-se que Miguel Albuquerque (MA), decidiu recandidatar-se ao cargo de Presidente daquela Região........