Um encontro fortuito

 


 

 


 

Com uma música leve, nostálgica, genial de Ravel, Bolero, em pano de fundo, estou sentado, num banco sem encosto, na ampla praça de uma Grande Superfície Comercial cá do burgo. Olho a cúpula, uma arrojada peça arquitectónica e de engenharia do metal de causar alguma admiração pela sua leveza e pela claridade que irradia. A “praça” está aprazível com os enfeites natalícios a dar-lhe um ar solene, familiar e nostálgico. Ao mesmo tempo, vou apreciando o movimento sereno das pessoas e a animação lojista própria da quadra festiva.


 

1 - No momento, estou absorto em olhadas curiosas pelo espaço que me rodeia. Um cavalheiro, entretanto, aproxima-se e mira-me com insistência. Olho de soslaio e não o reconheço de imediato. Estende-me a mão hesitante. “É o professor ...”? - balbuciou. E eu um pouco surpreendido, respondo-lhe com um sim abafado. Num breve impasse, dou comigo a recordar aquela figura, tio e encarregado de educação de um antigo aluno da minha Escola, onde lecionei um bom par de anos. Já não via o........

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