Teresa A. Ferreira
De regresso a Vila Real, Gabi, passou a semana em recato. Continuava perturbada com os acontecimentos do fim de semana passado. Buscava respostas para compreender até onde se tinha permitido ir, até onde descera. Simultaneamente, pensava na adrenalina do jogo, em como teve azar, em como talvez tivesse tido um dia de azar. Ainda não percebera o alcance da situação e que se voltasse ao casino ficaria viciada na adrenalina e no desejo de ganhar. Nas consequências? Estava a começar a senti-las, apenas a começar. Mas será que lhes dava a devida importância? Será que media o alcance dos seus atos?
A novidade - para esta moça com um perfil desviante – foi ter ido a todas as aulas. Os colegas e os professores estranharam: “Gente arredia por aqui.”.
A semana passou rápido e no fim de semana lá estava ela em casa dos pais, desta feita, menos pesarosa e sorumbática.
Os pais tentaram saber o que se tinha passado, no fim de semana anterior, mas não obtiveram respostas. Desconversava com uma ligeireza tal…como quem tem o rabo preso e bem preso.
Não saiu com as amigas, deixou-se estar por casa – talvez tivesse ganho juízo!
Sol de pouca dura, caro leitor. Dali a pouco, estava no casino a desfazer a mesada, em perfeito êxtase. Dava-lhe especial gozo a perspetiva, ainda que infinitamente remota, de poder ganhar um jackpot. Todo o ambiente das........