A Ucrânia quer ditar a sua paz
A visita de Zelensky aos Estados Unidos na próxima quinta-feira será um momento crucial para percebermos que caminho pretende verdadeiramente o presidente da Ucrânia para obter uma paz justa.
Além de ser recebido na Casa Branca por Joe Biden e Kamala Harris, Zelensky fará também questão de se encontrar com Donald Trump. O objetivo é claro: obter dos EUA o respaldo político, diplomático, económico e militar suficiente para avançar com o tal “plano de vitória” que o presidente ucraniano diz já ter preparado na totalidade.
O risco político das próximas semanas, meses e anos próximos é tremendo: se Trump ganhar em novembro, o apoio norte-americano até pode continuar - mas vai certamente diminuir (e pode implicar uma nova Administração americana a atirar a Ucrânia para uma “paz miserável” em tudo idêntica à que Putin deseja; na Alemanha, o avanço da extrema-direita (e também da nova extrema-esquerda) e a queda política dos partidos que sustentam Scholz está a levar a uma perigosa retração na disponibilidade de Berlim prosseguir com o volume de apoio a Kiev por muito mais tempo - sobretudo quando 28 de setembro de 2025, data das legislativas do próximo ano, estiver mais próximo do calendário; e depois, claro, há a França e um momento político interno assustador.
Zelensky fará tudo para obter de Washington apoio reforçado para chegar até ao fim do ano em condições de promover uma nova Cimeira da Paz, de modo a pôr em prática os termos do seu “Plano de Vitória” ainda antes da tomada de posse da futura Administração norte-americana.
Aguardamos pelos detalhes, mas tudo indica que terá de incluir quatro pontos.
O primeiro passa por afastar qualquer cenário de cedência territorial. O segundo será o de obter a garantia dos EUA e dos restantes aliados em como autorizam maior flexibilidade........
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