Espero e desejo, com alguma ansiedade, que as próximas eleições gerais no nosso País sejam para as autarquias. E sem qualquer paternalismo faço um apelo a todos os futuros candidatos. Em relação à saúde dos seus eleitores, sejam rigorosos, sérios e competentes. Não sejam demagogos, informem-se com quem sabe, não façam exigências populistas que até possam dar votos, mas que no final, não só possam ser inviáveis, como possam até ser prejudiciais para a saúde das populações que dizem querer servir. Claro que não me refiro, por exemplo, a cuidados de proximidade, imprescindíveis, como sejam o acesso a médicos de família em centros de saúde, refiro-me a cuidados diferenciados, só possíveis de serem providos com competência, por equipas médicas multidisciplinares com muita experiência, apoiadas por infra-estruturas e tecnologias sofisticadas.
Escrever esta crónica é para mim um dever cívico, e a ideia de a escrever nasceu-me de ter visto uma reportagem há pouco tempo numa estação televisiva, absolutamente inacreditável. Passava-se em Barcelos, numa entrevista de rua feita a um qualquer cidadão, a quem era perguntada a opinião se concordava que para ser tratada e operada a um cancro da mama, uma mulher de Barcelos tivesse que se deslocar ao Porto. Apanhado de surpresa, esse cidadão mostrava-se indignado, chegou a dizer que nos querem tirar tudo, coitadas das nossas mulheres. O objectivo da reportagem estava atingido, mais uma vez o nosso SNS era o responsável por tamanha irresponsabilidade e injustiça! O que esse cidadão não sabia é que no ano anterior, se tinham apenas operado no seu........