A Educação à procura de fazer “boa figura”

Representação” e fazer “boa figura”. Nos últimos meses (ou anos?), estas são duas belas formas de nos referirmos ao estado da Educação em Portugal. Na passada segunda-feira o professor Paulo Guinote recorreu ao Labirinto da Saudade, de Eduardo Lourenço, para citar na sua crónica no DN a seguinte frase: “Os Portugueses vivem em permanente representação, tão obsessivo é neles o sentimento de fragilidade íntima inconsciente e a correspondente vontade de a compensar com o desejo de fazer boa figura, a título pessoal ou coletivo.”

São estes desejos que podemos encontrar num dos mais importantes setores da sociedade: as escolas querem fazer boa figura nos rankings, os governantes apresentam anualmente o melhor possível as suas ideias e ideais de acordo com a ideologia que consideram ser a melhor e os professores representam a face visível das políticas decretadas por decreto que tentam colocar em prática, em muitos casos com dificuldade. E os alunos, tal como os encarregados de educação, vão sendo as “vítimas úteis” de tudo isto.

Os rankings das escolas conhecidos há duas semanas são um bom exemplo de como a “representação” e a “boa figura” andam........

© Diário de Notícias