As hostes do Partido Socialista, nacional e distrital, irão estar agitadas nos próximos dias.
É natural que assim seja, dados os últimos acontecimentos e demissões de figuras de primeiro plano. No entanto, fujo a análises simplistas desses mesmos acontecimentos, pelo facto de parecer que a grande maioria dos comentadores não fazem a mais pequena ideia do que dizem.
Se os cidadãos se sentarem no sofá e tentarem perceber o que os comentadores dizem, é sinónimo que as telenovelas passem a ter um número superior de visualizações.
Um dia dizem uma coisa e no outro o seu contrário, porque os factos que quase minuto a minuto surgem, são contrários e contraditórios.
Temos de saudar como positiva a demissão de Pedro Nuno Santos. É um acto digno, o mesmo que teve Jorge Coelho quando caiu a ponte de Entre os Rios. Faz parte do ADN do PS!
É preciso ser verdadeiro e perceber que a TAP não é uma empresa fácil de gerir, dado os inúmeros interesses que lá se jogam. Esses interesses não são de agora, mas de há muito.
Lamentavelmente, muitas empresas públicas são geridas de acordo com apadrinhamentos e não sob o signo da competência.
Disse eu, sempre foi assim, não é de agora. É transversal a todos os governos desde 1974 e, por isso, apontar o dedo acusador não é fácil. Todos têm telhados de vidro!
Se se demonstra que uma lei é má, mude-se a lei. Não é preciso mais nada. Dignificar a democracia e os cidadãos, é dignificar as leis que se aprovam.
Naturalmente que hoje a indignidade da lei saiu da caixa, quando uma senhora entende e a TAP e um escritório de advogados decidem, que deve receber 500 mil euros.
Piora tudo quando a senhora é nomeada para assumir a responsabilidade de Secretária de Estado.
Só que, e há sempre um só que, a pergunta; o problema dos 500 mil é de agora ou de há muito? De há muito, respondo eu!
Alguma oposição voluntarista veio “dar cabo” de uma estratégia que deveria ser articulada, tentando encostar o PSD às cordas.
Luis Montenegro deve estar furibundo, porque a oposição não se faz com “franco atiradores”, mas por quem pensa a política.
Por outro lado, como ficam as estruturas socialistas? À procura de uma nova figura para suceder a António Costa, ou reforçam o apoio a Pedro Nuno Santos?
E se por estes dias o Ministro das Finanças também se demitir, vamos ter um confronto entre dois auto-demitidos, ou procurarão uma solução tipo 3ª via?
No futuro, porque é do futuro que se trata, António Costa permanecerá tranquilamente no governo para fazer aquilo que faz falta e deve ser feito.
Há reformas importantes a fazer, há um PRR para responder à imensa crise de Portugal, da Europa e do Mundo, existem questões na saúde, educação e justiça a caminho de serem resolvidas – que não se faz em semanas – pelo que uma crise governamental agora seria de uma enorme irresponsabilidade.
Percebo que “querer ir ao pote” rapidamente é um desejo, mas parece-me que o deverão fazer com o País e o Mundo mais estabilizado.
Vamos ver, por fim, o que vai acontecer à TAP!
O que se decide hoje só é avaliável passados alguns anos. Haja Juízo!