Há uma pergunta que deve ser feita sobre a questão da greve dos Professores; aquando da “geringonça” não existiam os mesmos problemas de agora? Claro que haviam.
Quem está atento ao fenómeno da educação em Portugal, não pode deixar de se indignar com o oportunismo dos sindicatos.
Os problemas do ensino – e da educação – em Portugal não são de agora. Têm décadas, não apenas poucos anos.
A luta dos Professores é uma luta justíssima. Todos sabíamos, sindicatos melhor do que ninguém, o sofrimento de muitas famílias separadas por centenas de quilómetros. Todos sabíamos a total e absurda injustiça da não progressão na carreira. Todos nos indignávamos pelo facto de ano após ano de trabalho e dedicação à Escola, não pertencerem aos quadros. Todos pensávamos que a disciplina na sala de aula era da responsabilidade do Professor, mas, também sabemos que, quando a exercem, estão sujeitos a que alguns energúmenos os agridam. Todos percebemos que um dos cancros da sociedade portuguesa é a burocracia, atendendo que os Professores, além de terem a obrigação de preparar as aulas e ensinar, ainda têm de preencher uma “papelada” manhosa em nome de não se sabe bem de quê.
Tantos e tantos problemas esquecidos na gaveta dos sindicatos durante décadas, por serem os sindicatos do regime.
E agora, quando estoiram as greves, acorrem aos magotes em defesa da escola pública, não percebendo, ainda, o enorme prejuízo que lhe poderão estar a provocar.
Vamos ver se desta vez, haverá uma reforma clara da Escola como Instituição do ensino e do saber, em que todas as disciplinas interagem entre si atendendo às necessidades dos alunos.
A Escola tem de passar a ser uma Instituição una que trabalha para o mesmo fim. Não pode continuar a ser apenas um espaço onde convergem os intervenientes cada um com a sua responsabilidade.
Os Professores serão sempre os verdadeiros actores da mudança. Sem eles, sem a sua intervenção – deixemos os sindicatos à sua expressão e intervenção a espaços, mais simples – a Escola não muda, a Escola murcha, a Escola ficará à mercê de gente sem escrúpulos.
Os sucessivos governos e não só o actual, trataram os Professores apenas “como mais alguém na sociedade portuguesa”! Não perceberam que são determinantes na evolução de Portugal na formação das gerações futuras.
O mal que fizeram até agora só irá reflectir daqui por uma ou duas décadas. Mas, para obviar a que isso aconteça, é absolutamente decisivo que aos agentes do ensino, Governo incluído e decisivo, encontrem os meios, agora, para não nos arrependermos, depois!
Gostaria de citar um dos nossos maiores historiadores, Vitorino Magalhães Godinho, que escreveu:
“Ainda não solidamente preparado, é bem de ver, entendi, também opção didáctica, transformar as aulas em sessão de trabalho: pesquisa de fontes e sua análise, e a partir daí, e em convergência com a formação teórica em ciências humanas, tentames de construção explicativa; em colaboração activa com os alunos, claro. A excelência dos resultados…”
“E porque a Escola não pára, o que implica não nos confinarmos ao tempo de agora, mas sim alargarmos os nossos horizontes à multiplicidade dos tempos e dos espaços. A História é que nos pode dar a ferramenta para compreender os problemas do nosso tempo, por si e pela historicização indispensável das ciências humanas”.
Aproveitem…aproveitemos!
A escola determinará o nosso futuro
Há uma pergunta que deve ser feita sobre a questão da greve dos Professores; aquando da “geringonça” não existiam os mesmos problemas de agora? Claro que haviam.
Quem está atento ao fenómeno da educação em Portugal, não pode deixar de se indignar com o oportunismo dos sindicatos.
Os problemas do ensino – e da educação – em Portugal não são de agora. Têm décadas, não apenas poucos anos.
A luta dos Professores é uma luta justíssima. Todos sabíamos, sindicatos melhor do que ninguém, o sofrimento de muitas famílias separadas por centenas de quilómetros. Todos sabíamos a total e absurda injustiça da não progressão na carreira. Todos nos indignávamos pelo facto de ano após ano de trabalho e dedicação à Escola, não pertencerem aos quadros. Todos pensávamos que a disciplina na sala de aula era da........
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