“A privatização da saúde já...” |
“Essa é a técnica padrão da privatização: Corte o dinheiro, certifique-se de que as coisas não funcionam, de que as pessoas fiquem zangadas, então entregue ao capital privado.”
(Noam Chomsky)
“Nos confins da Ibéria há um povo que não se governa, nem se deixa governar”. Esta frase, que tem sido atribuída, umas vezes a Júlio César, outras a Galba, governador da Hispânia e mais tarde imperador, referir-se-ia aos lusitanos.
Independentemente das diferentes variantes da formulação, o que se pretendia enfatizar era a postura guerreira, mas, simultaneamente, passiva, desse povo.
Verdadeira ou inventada, produzida no período romano ou bastante mais tarde, como parece ser mais consentâneo com a realidade, o certo é que a ideia que lhe subjaz parece identificar-se connosco, com o povo português.
Historicamente, o carácter guerreiro e a assumpção de um certo desprezo pela unidade e pela coesão política, eram o traço comum do povo lusitano, um povo que se debatia com uma vida assaz difícil, por vezes mesmo bastante rude.
Feito o enquadramento, é altura de falar de tempos mais recentes, para constatar que, afinal, os portugueses mantêm parte das particularidades com que outrora foram caracterizados.
Como na antiguidade, continuamos a ser aventureiros, embora em géneros e dimensões completamente diferentes. Já não saímos em naus para descobrir novos mundos, mas continuamos a emigrar em busca de uma vida melhor. Frequentemente, também embarcamos em aventuras de cariz político que nos trazem dissabores. E, por outro lado, ainda não perdemos aquela terrível postura de passividade, de achar........