“Doze badaladas, doze compromissos...”

Chegamos ao fim do ano. E, com ele, chega também esse ritual quase universal das doze badaladas: desejos sussurrados, promessas feitas em silêncio, listas mentais do que queremos mudar, melhorar ou finalmente cumprir. À meia-noite, acreditamos — ainda que por instantes — que é possível recomeçar. Que um novo ano traz consigo a oportunidade de fazer diferente. Na escola, este tempo também pede balanços. Nos últimos meses tenho escrito sobre aquilo que tantas vezes fica escondido: os mitos que toldam o olhar sobre as crianças e jovens com altas capacidades; a curiosidade que não deve apagar-se; a solidão dos que encostam as costas ao muro; os talentos que não cabem em caixas e que esperam ser desembrulhados. Histórias diferentes, mas todas com o mesmo fio condutor: o poder que a escola e os professores têm de transformar vidas — para melhor ou para pior. Talvez por isso este seja um bom momento para pensarmos nas nossas próprias doze badaladas enquanto educadores. Não como resoluções vagas, mas como compromissos concretos. Uma badalada para ver melhor: para olhar para além das notas, dos rótulos, do comportamento, e tentar perceber o que cada aluno traz por dentro. Outra para escutar mais:........

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