De Charles Reep a José Boto
O Botafogo deixou o sarrafo elevado no ano passado ao montar um timaço. Conquistou a Libertadores e o Campeonato Brasileiro com base em um recurso aparentemente moderno: excelência nos departamentos de scout e de análise de desempenho. As peças foram se encaixando com a sabedoria de quem sabe brincar de lego. A combinação tem tudo para ser copiada pelos concorrentes nesta temporada. Um deles está em Brasília.
O Flamengo enfrenta o Volta Redonda hoje, no Mané Garrincha, trazendo na delegação um dos experts no assunto. O diretor executivo de futebol José Boto revolucionou o departamento de scout do Benfica de Portugal. O caça-talentos também teve êxito no Shakhtar Donetsk da Ucrânia. Por isso, o executivo português foi ungido pelo presidente eleito Luiz Eduardo Baptista, o Bap.
Embora pareça novidade, a análise de desempenho, por exemplo, é um recurso raiz. Modernizou-se, gourmetizou-se e dá impressão de ter reinventado o futebol. Só que não.
O uso de estatísticas no futebol de maneira científica — e não mais empírica — começou nos anos 1950 com Thorold Charles Reep. O contador era um ex-comandante da Força Aérea Britânica. O militar inglês catalogou dados de três........
© Correio Braziliense
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