Reduzir jornada de trabalho sem aumento de produtividade é receita para o desastre
FLÁVIO ROSCOE, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg)
O setor produtivo brasileiro foi colocado diante de um precipício. A PEC 8/2025, apresentada no início do ano e de autoria da deputada Erika Hilton (Psol-SP), propõe eliminar a chamada escala 6x1 (seis dias de trabalho por um de descanso), reduzindo a carga horária semanal máxima de 44 para 36 horas e instituindo não a escala 5x2, bastante comum no país, mas a 4x3 (quatro dias de trabalho por três de descanso).
Qualquer estimativa honesta dos impactos dessa mudança mostrará que ela é simplesmente inviável — a não ser que a escolha seja fingir que uma redução tão drástica da jornada de trabalho, sem redução de salário e sem qualquer compensação em produtividade, não produzirá custos econômicos e sociais.
"Mas a semana de quatro dias não está sendo adotada no mundo todo?" Não dessa maneira. Em boa parte dos países europeus, há projetos de lei ou, no máximo, projetos piloto bem localizados. Ou seja, existem testes. Os países que de fato adotaram o novo modelo o fizeram de maneira bem diferente do que é proposto na........
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