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Por um novo pacto de suporte à ciência

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12.05.2025

MAURÍCIO ANTÔNIO LOPES, Pesquisador da Embrapa Agroenergia

A ciência vive tempos de incerteza. Em várias partes do mundo, observa-se o enfraquecimento do apoio público à pesquisa, a perda de vigor de instituições científicas e a ascensão de discursos que deslegitimam o conhecimento baseado em evidências. Crises econômicas, tensões geopolíticas e o avanço de movimentos anticiência expõem fragilidades estruturais e impõem a urgente necessidade de reinvenção.

Mais do que reagir à escassez de recursos, é preciso reimaginar o papel da ciência como alavanca de soberania, inovação transformadora, justiça social e desenvolvimento sustentável. No Brasil, apesar da existência de instituições consolidadas e de um capital humano qualificado, a ciência ainda opera em um sistema vulnerável à instabilidade orçamentária, à descontinuidade política e à ausência de estratégias de longo prazo.

Por isso, a reinvenção do financiamento científico deve ir além de soluções técnicas ou orçamentárias. Trata-se de uma questão estratégica, que exige um novo pacto nacional pelo conhecimento, capaz de garantir estabilidade, autonomia e impacto. Mas essa transformação exige também a renovação das próprias instituições científicas, que precisam se libertar de modelos mentais e estruturas organizacionais anacrônicas.

O mundo de hoje requer organizações mais abertas, colaborativas e orientadas por missões públicas claras, com forte interface com a sociedade e capacidade de operar em redes interdisciplinares. A ciência........

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