COP30 e o desmatamento na Amazônia e Cerrado
CARLOS BOCUHY, presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam)
Os motores do desmatamento no Brasil continuam extremamente elevados, a pouco mais de sete meses da COP30, em novembro, em Belém do Pará. Neste período acentuado de mudanças climáticas, os sumidouros de carbono, representados pela vegetação da Amazônia e do Cerrado, continuam a ser devastados, conforme mostra este artigo, o que colocará o país em situação delicada diante do mundo.
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Outros fatores estão entrando em cena: o retorno do mercantilismo, implementado pela política norte-americana de Donald Trump, e a guerra comercial que poderá turbinar o desmatamento da Amazônia, ao lançar taxações sobre o mercado chinês, cuja demanda tenderá a migrar para a soja brasileira.
As consequências sinalizam para o agronegócio do Brasil que haverá maior demanda na produção agrícola para a China. Isso ocorreu no passado, durante o mandato anterior de Trump, o que pressionou fortemente a demanda por soja brasileira pela China, elevando os índices de desmatamento.
Não há de se negar que a dinâmica econômica por commodities, como a soja, interfere fortemente na política de uso do solo, especialmente em países, como o Brasil, vulnerável às práticas ilegais em territórios sobre proteção ambiental. Milhares de quilômetros de floresta e Cerrado........
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