menu_open Columnists
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close

Ainda o ensino a distância

17 15
13.06.2025

MOZART NEVES RAMOS, titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira do Instituto de Estudos Avançados da USP de Ribeirão Preto

Nas últimas semanas, o decreto do marco regulatório do ensino a distância (EaD) foi certamente o tema mais debatido da área da educação. Apesar disso, ainda pairam a esse respeito muitas incertezas, ao menos para mim. Com isso, por outro lado, não quero dizer que o Ministério da Educação não tenha tomado a decisão correta — e mais, que o tenha feito com certo atraso. Era preciso dar, como costumamos dizer, um freio de arrumação na oferta dessa modalidade, cujo crescimento foi exponencial nesses últimos 10 anos, mas totalmente desordenado — muitas vezes sem tomar o devido cuidado com a qualidade dessa oferta. Os cursos de R$ 99, como ficaram conhecidos, se multiplicaram pelo Brasil afora, afetando a imagem de uma modalidade que reputo de grande importância para a democratização da oferta do ensino superior em nosso país — que ainda tem o desafio de chegar a 33% de matrículas nesse nível de ensino para jovens na faixa etária de 18 a 24 anos, como apregoa o Plano Nacional de Educação (PNE). Até aqui só alcançamos 21% — objetivo muito distante da meta estipulada.

A proliferação desordenada e, como disse muitas vezes, de baixa qualidade só fez trazer uma imagem negativa para o EaD e para aquelas instituições que procuraram zelar pela qualidade, seja na infraestrutura dos polos, seja na relação do número de alunos por tutores, seja na própria qualidade das aulas. Terminamos por criar uma situação de copo d'água meio cheio.

Vamos........

© Correio Braziliense