Infâncias destruídas |
Em um trecho do livro que estou lendo, a personagem fala do desejo de que os filhos jamais crescessem. Ela reflete sobre como as crianças passam os dias se divertindo, elaborando mundos mágicos, sem as aflições de adultos, e, à noite, se aninham em suas camas à espera do boa-noite da mãe para dormirem. Uma vida leve, de bem-estar e segurança. "Eles nunca serão tão felizes como agora", diz. Fiquei pensando em como isso deveria ser uma verdade para todos os meninos e meninas: uma infância realmente alegre. E em como está tão absurdamente longe da realidade.
Para um sem-número de crianças, a infância significa sofrimento; a casa, um local de tortura. Vulneráveis, ficam à mercê de múltiplas violências, porque é no lar que os abusos — físicos, psicológicos, sexuais e tantos outros — são cometidos, na imensa maioria das vezes. Os algozes, justamente quem deveria protegê-las: pais, mães, padrastos, madrastas, avós, tios, irmãos.
Em muitos........