“A corrupção não tem cor nem bandeira. É extremamente democrática”

Uma troca de mensagens de WhatsApp com um colega e amigo querido nesse final de ano, trouxe essas duas frases interessantes, ambas construídas por ele: “A corrupção não tem cor nem bandeira. É extremamente democrática” e “Honesto tem na roça e nas periferias. Na política não”. Concordo em parte com a primeira frase e 100% com a segunda, especialmente com a afirmação de a virtude da “honestidade” só é possível ser encontrada pelo lado do povo, não pelo lado da elite, razão pela qual me obriguei a revisitar a obra de Jessé Souza, “A Elite do atraso” que interpreta a Operação Lava Jato não apenas como uma investigação judicial de corrupção, mas como um fenômeno político, ideológico e midiático, inserido em um contexto histórico mais amplo de dominação das elites no Brasil.

Observe o leitor: o povo não participou da mixórdia promovida pela Operação Lava-Jato, aliás, o povo é a solução para tudo, não o problema, pois, honestidade encontramos na roça e nas periferias. 

Para o autor citado a Lava Jato foi decisiva para consolidar uma narrativa seletiva de combate à corrupção que, na prática, serviu para desorganizar o campo democrático e reorientar o poder político em favor das elites tradicionais, acrescento: sem o concurso da imprensa serviçal da elite não haveria Operação Lava-Jato.

O autor sustenta que a Lava Jato construiu uma visão moralista e simplificada da corrupção, tratada como um........

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