Datafolha: queda na aprovação foi pequena e previsível, mas ajuda o governo a ficar mais esperto

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Por Miguel do Rosário, no Cafezinho – O último Datafolha trouxe alívio para o governo e para os setores sociais que permanecem angustiados com a resiliência do terrorismo reacionário que governou o país entre 2019 e 2022.

Afinal, mesmo acuados judicialmente, por denúncias já amplamente comprovadas, de que fraudaram carteiras de vacinação e conspiraram por um golpe de Estado, os terroristas de ultra-direita ainda tem um notável poder de mobilização.

É profundamente melancólico, quase depressivo, constatar que um grupo político tão radicalmente negacionista e corrompido, ao ponto de não apenas se recusar a se vacinar, mas de usar a influência política da presidência da república para obter certificados falsos de imunização contra a Covid, ainda tem tantos adeptos junto a uma classe média com ensino médio e superior.

Mas nosso papel não é de reclamar, e sim de iluminar, na medida que nossos modestos talentos nos permitem, as razões objetivas, conquanto frequentemente obscuras, que levaram milhões de pessoas a aderirem a uma visão de mundo tão egoísta, cínica e violenta.

O alívio se explica porque o declínio de aprovação, de apenas 3 pontos, para 3% de ótimo/bom, está em linha com o que outros institutos mostraram. Em junho de 2023, Lula tinha 37%. Hoje tem 35%. Não se deve falar em tendência, porque o Datafolha mostrava, até dezembro, uma tendência e estabilidade e melhora da avalição do governo.


Além disso, o próprio presidente Lula já reagiu da forma mais produtiva possível: interpretou o declínio de sua aprovação como um recado do povo para ficar mais esperto, especialmente em relação à inflação dos alimentos.

Conforme veremos na análise a seguir, a base social de Lula é a população de baixa renda, profundamente vulnerável às mais pequenas variações nos preços dos alimentos, sobretudo dos produtos mais básicos, como arroz.

A aprovação atual de Lula – 35% – está acima da média de presidentes da república após 1 ano e três meses, que é de 30%.

Bolsonaro, por exemplo, considerado um “fenômeno” de popularidade, tinha 33% após 1 ano e 3 meses de governo, manteve durante a maior parte do tempo uma aprovação próxima de 30%, do início ao fim de seu mandato.

É interessante, de qualquer forma, examinar a pesquisa com microscópio, olhando para os números........

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