O fardo é Tarcísio

Ao publicar uma fotografia ao lado do presidente eleito do Chile, José Antonio Kast, e celebrar sua vitória como sinal de que a América Latina estaria “avançando rumo ao conservadorismo”, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, não apenas expressou uma opinião política. Ele assumiu publicamente um campo. E esse campo é o da extrema direita latino-americana, com suas raízes autoritárias, sua nostalgia das ditaduras e sua linguagem perigosamente excludente.

Na mesma postagem em que exalta Kast, Tarcísio chamou a esquerda brasileira de “fardo” e afirmou esperar que o Brasil “se livre” dela em 2026. As palavras importam. Não se trata de metáfora inocente. Ao longo da história, regimes autoritários sempre recorreram à ideia de “fardos” a serem eliminados — sejam eles grupos políticos, sociais ou culturais — para justificar perseguições, silenciamentos e rupturas institucionais. Quando um governador eleito, à frente do estado mais rico do país, adota esse vocabulário, o sinal de alerta não pode ser ignorado.

A imagem que revela o projeto - A fotografia ao lado de José Antonio Kast não é protocolar nem casual. Kast é um político que construiu sua trajetória exaltando o legado de Augusto Pinochet, relativizando crimes da ditadura chilena,........

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