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A gente sempre voltava lá porque o Volte Sempre tinha troco no caixa, preço justo, bons produtos e, a depender da hora, algum sorriso.
Às 8 horas, de segunda à sábado, dona Neide levantava as portas ruidosas portas de lata. Era tão certo quanto o escurecer do fim da tarde. Aliás, às 18 horas, quando a campainha da escola decretava o término da aula, seu Alberto baixava as portas e dava duas voltas na chave.
Um mercado de respeito podia-se dizer. De esquina, perto do ponto de ônibus e da banca, bem sortido. No sufoco do dia a dia ou diante de visita inesperada, a gente corria ao Volte Sempre e encontrava a sobremesa em compota, a caixa de fósforos, a creolina. Até graxa de sapato.
Numa tarde de verão, era quinta-feira, Alberto cumprimentou os estudantes e fechou a porta. Na sexta, dona Neide não apareceu para abrir. Nem sábado, tampouco segunda.
O povo quis saber, entre fofoqueiro e solidário: viagem, descanso? Ou seria falência, luto?
Delmiro e Betânia resumiram o sentimento da vizinhança.
- Não acredito!
- Foi de repente.
- Pra falar a verdade, seu Alberto nunca foi de conversa.
- Mas........