O que a Amazônia é e não é
Na COP 30 de Belém a Amazônia ganhou centralidade pela importância que possui para equilibrar os climas e desacelerar o aumento do aquecimento global. Sobre a Amazônia se emitiu todo todo tipo de opinião. Vejamos o que ela é e não é.
Antes de qualquer consideração, cabe dizer que a Amazônia abriga o maior patrimônio hídrico e genético do planeta. De um de nossos melhores estudiosos, Enéas Salati, sabemos: “Em poucos hectares da floresta amazônica existe um número de espécies de plantas e de insetos maior que em toda a flora e fauna da Europa”. Mas esta floresta luxuriante é extremamente frágil, pois se ergue sobre um dos solos mais pobres e lixiviados da Terra. Se não controlarmos o desmatamento, em poucos anos, a Amazônia pode se transformar numa imensa savana. É o que o grande especialista no tema, Carlos Nobre, continuamente nos adverte.
Ela não é terra virgem e intocável. Dezenas de povos indígenas que ali viveram e vivem, atuaram como verdadeiros ecologistas. Grande parte de toda floresta amazônica, especialmente de várzea, foi manejada pelos indígenas, promovendo “ilhas de recursos”, criando condições favoráveis para o desenvolvimento de espécies vegetais úteis como o babaçu, a palmeira, o bambu, os bosques de castanheiras e frutas de toda espécie, plantadas ou cuidadas para si e para aqueles que, porventura, por lá passassem. As famosas “terras pretas de índios” remetem para esse manejo.
A ideia de que o índio é genuinamente natural, representa uma ecologização errônea dele, fruto do imaginário urbano, fatigado pela artificialização da vida. Ele é um ser cultural. Como atesta o antropólogo Viveiros de Castro: “A Amazônia que vemos hoje é a que resultou de séculos de intervenção social, assim como as sociedades que ali vivem são resultado de séculos de convivência com a Amazônia”. O mesmo diz em seu........





















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