Na Europa, uma vez mais, a culpa é das vítimas
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Regressei há poucos dias de outra viagem à Europa. Confesso que cheguei de volta profundamente consternado com as cenas de tristeza que pude presenciar nas ruas de várias das cidades por onde passei.
Em especial, creio que jamais me esquecerei das duras palavras e da expressão facial de uma senhora portuguesa de meia idade dirigidas a uma pedinte que estava sentada numa das calçadas de Lisboa junto a seu cachorro. Ouvir a tal senhora dizer à moradora de rua que ela só se compadecia do animal, pois ele não tinha culpa de nada, mas não da mulher, que não tinha nada que estar por ali perturbando a tranquilidade dos portugueses. Por isso, ela deveria ir embora de Portugal imediatamente e voltar para o lugar de onde tinha vindo.
Sim, essas palavras soavam muito cruéis para os ouvidos de quem ainda tinha algum resquício de sentimento de humanidade. Mas, contemplar a fúria estampada em seu rosto me provocou ainda muito mais dor e tristeza. Seus lábios espumavam um ódio tão ferino que era impossível não senti-lo.
É verdade, atualmente, ao percorrer o centro de Lisboa, assim como de inúmeros outros de outras cidades europeias, vemos que a miséria está presente por todos os lados. São inúmeros os casos de moradores de rua espalhados por todos os cantos, em situações muito semelhantes às com as quais nos deparamos ao andar, por exemplo, pelo centro da cidade de São Paulo. Também é certo que a grande maioria das pessoas vivenciando essas condições de duríssima penúria são imigrantes originários de outros países do chamado sul global.
Na Europa de hoje, as classes dominantes estão colocando em........
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