Trump abandona o disfarce, impõe bloqueio à Venezuela e anuncia o saque |
Donald Trump decretou o bloqueio naval total dos petroleiros venezuelanos, classificou o governo de Nicolás Maduro como “terrorista” e declarou que os Estados Unidos querem “de volta” o petróleo, as terras e os ativos que — segundo ele — a Venezuela teria “roubado”.
Como analisou Breno Altman, em entrevista a Luís Nassif, trata-se de algo inédito em mais de 150 anos: o império já não simula defesa da democracia, do combate às drogas ou dos direitos humanos. Assume, sem disfarces, um imperialismo de espoliação, baseado no saque aberto das riquezas estratégicas.
Saque anunciado das riquezas venezuelanas - Os acontecimentos mais recentes representam uma ruptura histórica na política externa dos Estados Unidos para a América Latina. Donald Trump decretou o bloqueio naval total dos petroleiros venezuelanos, uma medida extrema que equivale, na prática, a um ato de guerra econômica aberta. O bloqueio não é apenas simbólico: ele atinge o coração da economia venezuelana, estrangula receitas públicas, pressiona cadeias logísticas e sinaliza ao mercado internacional que a Venezuela passa a ser tratada como território hostil.
Ao mesmo tempo, Trump abandonou até mesmo o eufemismo do narcoterrorismo e passou a classificar diretamente o governo de Nicolás Maduro como “terrorista” — categoria que, na doutrina estratégica dos Estados Unidos, autoriza ações militares, bloqueios e operações de força sem mediação diplomática, sem necessidade de mandato internacional e à revelia da ONU.
Trump: O petróleo é nosso - O elemento mais grave vai além do cerco naval. Trump declarou que os Estados Unidos querem “de volta o petróleo, as terras e os ativos que a Venezuela roubou”. Não se trata de metáfora, nem de retórica inflamada. Trata-se de uma reivindicação explícita de apropriação das riquezas nacionais de um país soberano, algo que remete diretamente à linguagem das guerras de conquista do século XIX.
Segundo análise de Breno Altman, em entrevista ao GGN, Trump foi ainda mais longe: já circula uma consulta direta às petroleiras norte-americanas, perguntando se têm interesse em explorar o petróleo venezuelano quando ele “voltar a ser nosso”. O verbo não é casual. Não se fala em parceria, negociação ou transição. Fala-se em retomada de posse, em confisco, em espólio.
Aqui, o conflito muda de........