O golpe desenhado

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Tinha método. E a Polícia Federal o mapeou de forma competente e consistente. Em seu relatório estão descritos os diversos grupos e a forma de atuação de cada um, para que o golpe em favor da permanência de Jair Bolsonaro e contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva saísse vitorioso.

Mas, tinha uma Janja no meio do caminho. (Uma ausência de apoio dos EUA, que plantou dúvida em alguns conspiradores e o não apoio da mídia, que escaldada com o fracasso da Lava-Jato, desta vez declinou o convite para golpear). Foi a primeira-dama quem, ainda em Araraquara, para onde o grupo palaciano havia viajado a fim de apoiar os atingidos pela tragédia das chuvas, deu o primeiro alerta: “Não, GLO, não. Será passar o poder para as mãos dos militares”. E, dito e feito. Hoje, de posse do script, sabemos que ela tinha razão e a sábia decisão de Lula, em não decretar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), foi o que garantiu a sobrevivência da democracia.

De acordo com o que descrevem os investigadores, era assim que estava desenhado o golpe, dividido em seis núcleos com atividades distintas:

Ao Núcleo 1, chamado de Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral, cabia: “Forma de atuação: produção, divulgação e amplificação de notícias falsas quanto a lisura das eleições presidenciais de 2022 com a finalidade de estimular seguidores a permanecerem na frente de quarteis e instalações, das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para o Golpe de Estado, conforme exposto no tópico "Das Medidas para Desacreditar o Processo Eleitoral". Dele faziam parte os seguintes personagens:Mauro Cesar Barbosa Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Ângelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército que chegou a ocupar cargo de direção no Ministério da Saúde na gestão Eduardo Pazuello; Fernando Cerimedo; Eder Lindsay Magalhães Balbino; Hélio Ferreira Lima; Guilherme Marques Almeida, Sergio Ricardo Cavalieri de Medeiros e Tércio Arnaud Tomaz.Ao Núcleo 2, “Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado e eleger alvos para amplificação de ataques pessoais contra militares em posição de comando que resistiam às investigadas golpistas. Os ataques eram realizados a partir da difusão em múltiplos canais e através de influenciadores em posição de autoridade perante a "audiência" militar”.

Integrantes: Walter Souza Braga Netto; Paulo Renato de Oliveira Fiqueiredo Filho, Ailton Gonçalves Moraes Barros, Bernardo Romão Correa Neto e Mauro Cesar Barbosa........

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