Da doença ao bem-estar: como o RADIS mostra a urgência de mudar o SNS no Algarve |
Acolhe milhões de visitantes, mas tem dificuldade em responder às necessidades de quem cá vive todo o ano. Conta com profissionais dedicados, mas continua preso a um sistema que os mantém sob pressão permanente.
Os resultados do último Relatório de Avaliação de Desempenho e Impacto do Sistema de Saúde (RADIS) confirmam o que muitos já conhecem pela experiência quotidiana: o modelo de saúde no Algarve não está apenas cansado. Está desajustado da realidade atual.
Durante demasiado tempo, a saúde foi tratada como um conjunto de departamentos isolados: o hospital de um lado, o centro de saúde de outro, o apoio social à margem, as autarquias noutro plano. A doença não funciona assim, e a vida das pessoas muito menos. O RADIS mostra que esta fragmentação tem custos elevados: atrasos no diagnóstico, duplicação de esforços, desperdício de recursos e, acima de tudo, sofrimento evitável.
No Algarve, envelhece-se depressa e, muitas vezes, sem rede. Uma parte significativa da população vive com várias doenças crónicas, que exigem acompanhamento contínuo, proximidade e equipas multidisciplinares. Em vez disso, muitas pessoas perdem-se numa teia de filas de espera, encaminhamentos fora de tempo e respostas que chegam tarde. O hospital........