Esta Tribuna Livre, espaço de opinião em A BOLA, é da autoria de Nuno Marques, ex-guarda-redes, autarca em Notodden (Noruega) e professor universitário
Nos últimos anos, o futebol nórdico tem dado que falar, e com razão. Os jogadores provenientes da Noruega, da Suécia e da Dinamarca têm brilhado em campeonatos internacionais e despertado o interesse dos grandes clubes europeus.
Mas o que estará a acontecer por estes lados que está a gerar tanto talento?
E, mais importante, o que podemos aprender com isso quando olhamos para o panorama do futebol em Portugal, onde o jogador nacional parece cada vez mais relegado para segundo e terceiro plano?
Falo com conhecimento de causa. Em 2004, tornei-me, tanto quanto sei, o primeiro jogador português a atuar na Primeira Liga da Noruega. Depois de uma formação nas escolas do União de Tomar e do Benfica, cheguei à Noruega com a ideia de ficar dois ou três anos, talvez usar o país como trampolim para outro destino. Mas algo extraordinário aconteceu: encontrei condições que nunca tinha visto em Portugal. Estabilidade financeira, boas condições de trabalho, um ambiente de respeito e seriedade. Nunca, em todos os anos que joguei na Noruega, tive um salário em atraso — e, por vezes, o dinheiro já estava na conta dias antes do esperado. Em........