Sim, nos é lícito festejar – mesmo sabendo que ao final da rodada será diferente – a eventual condição de primeiro colocado no Brasileirão. Entre os cinco que seguem abaixo, ameaçando essa condição na tabela, dois deles se enfrentam (Flamídia e Botafogo), os demais Bragantino, Paranaense e Internacional tem jogos – teoricamente – mais fáceis. Se escorregarem não ultrapassam e diria que estamos cumprindo bem o dever de casa.

Se no clássico carioca tiver um vencedor, esse ultrapassa nosso time, mas mantém o outro abaixo. Se for empate, ambos permanecem atrás do Galo pelos critérios de desempate uma vez que temos saldo bem superior ao rubro negro carioca. Os demais teriam de vencer seus adversários, uma vez que se empatar nenhum deles supera, ainda que o time do interior paulista atinja a nossa mesma pontuação. Atento a isso, sou capaz de afirmar que fechamos essa quarta rodada no G4.

Sempre disse, quem acompanha essa resenha com atenção, sabe bem disso que para chegar ao título temos de vencer em casa e empatar fora. Em tese e na média, evidentemente, uma vez que a precisão desses resultados jamais será possível. Ocorre que, em quatro jogos (frente aos times que começam com C e brigam para não cair), fizemos oito pontos. Foram dois jogos em casa e o mesmo número fora de Belo Horizonte. Conta exata dessa projeção.

Porém, mais animador é perceber a extraordinária evolução da equipe comandado por Gabriel Milito. São, até o momento, nove jogos e oito formações iniciais diferentes. Só repetiu nos jogos recentes e anteriores ao de ontem. Pelo Brasileiro e Libertadores, nas partidas de número sete e oito sob sua batuta. E ontem, caprichosamente, vivenciamos algo que era motivo de grande expectativa do Atleticano. A necessidade de preservar jogadores e manter o mesmo espírito aguerrido que a Torcida está se readaptando. O Galo Doido está voltando? Ao que parece, sim!

Se o treinador nem relacionou Hulk, que precisa se resguardar para momentos mais decisivos, levou e ainda preservou Jemerson, Bataglia e até Arana, embora o lateral tenha entrando na metade do segundo tempo. E, ao que vimos, o Scarpa – multiuso – brilhou fazendo o papel de lateral esquerdo e ainda participou do meio de campo e ataque. Premiado com um belo gol de falta, ao melhor estilo R10, com a bola passando debaixo da barreira. Foi o segundo tento na vitória por três a zero.

O primeiro, marcado por Vargas, premiou a boa atuação do contestado chileno. Ele ainda perdeu dois ou três feitos e teve um corretamente anulado pelo famigerado VAR. Digo assim, pois embora tenha sido justa a anulação e até mesmo o terceiro tento – marcado por Paulinho – tenha sido de uma penalidade dedurada pelo vídeo, outra infração idêntica foi cancelada pelo cara da sala refrigerada. Fosse a favor de time do Rio ou SP nem haveria conferência em nenhum dos lances. Vida que segue! O que importa, pragmaticamente registrando, é que vencemos e somamos três pontos a mais na tabela. A caminhada é longa e os sonhos são ainda maiores. Que assim seja!

*ilustrações: Luma Gontijo/especial para o blog