Em fevereiro vem o Carnaval, e é uma festa popular e uma das maiores expressões culturais do Brasil e com um enorme impacto na economia do país, com destaque para economia criativa e para a imagem do país. A sua importância é inegável, não apenas porque movimenta música e cor, mas, sobretudo, valor económico e emocional. E não há, e não haverá, ChatGPT ou Inteligência Artificial que vá competir com…

Esse período, no qual “é permitido” extravasar, comemorar e desligar dos problemas cotidianos é tempo de fazer a festa e há que aproveitar! E já que festa é festa, e que enquanto dura… é para valer, também é fácil esquecer que é temporário. No dia a seguir à festa acordamos e relembramos que “a vida são dois dias e o Carnaval são três”. E economia e vida real são todos os outros dias. Dias, meses e anos que precisam de uma visão de crescimento e estabilidade de longo prazo.

Os angolanos também gostam de festa, mas a gestão da economia de um país não é um Carnaval. Não se trata de uma festa extravagante e colorida, mas, sim, de uma responsabilidade séria em que as decisões do presente afetam a vida de milhões de pessoas e têm um impacto de vida nas próximas gerações. É um trabalho árduo que exige análise, planeamento e decisões difíceis.

Infelizmente, muitas vezes, vemos situações em que a gestão económica é tratada como um espetáculo. Os governantes utilizam medidas populistas para conquistar votos, sem se preocuparem com as consequências a longo prazo. Na ânsia de prometer mais e mais, os verdadeiros problemas são empurrados para debaixo do tapete, deixando uma bomba-relógio prestes a explodir nas mãos das futuras gerações.

A gestão da economia envolve cuidar do equilíbrio, da estabilidade monetária, do controle da inflação e do desemprego, além de promover um ambiente favorável aos negócios e investimentos. Requer conhecimento técnico, experiência e capacidade de tomar decisões, ainda que difíceis, desde que bem explicadas pelo bem comum.

Portanto, é fundamental entender que economia não é Carnaval, não pode ser apenas uma festa efémera e irresponsável. É um tema complexo, que requer profissionalismo e comprometimento. Não pode ser usado como palco de promessas vazias ou instrumento político para satisfazer interesses pessoais.

É fundamental que pensemos nas futuras gerações, especialmente nos jovens que hoje estão a construir os seus sonhos e aspirações, e cuidemos dos recursos e oportunidades que irão herdar. A economia exige respeito, transparência e um olhar de longo prazo, pois está em causa o futuro das próximas gerações que também querem dançar felizes o Carnaval.

QOSHE - Economia não é Carnaval - Naiole Cohen
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Economia não é Carnaval

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16.02.2024

Em fevereiro vem o Carnaval, e é uma festa popular e uma das maiores expressões culturais do Brasil e com um enorme impacto na economia do país, com destaque para economia criativa e para a imagem do país. A sua importância é inegável, não apenas porque movimenta música e cor, mas, sobretudo, valor económico e emocional. E não há, e não haverá, ChatGPT ou Inteligência Artificial que vá competir com…

Esse período, no qual “é permitido” extravasar, comemorar e desligar dos problemas cotidianos é tempo de fazer a festa e há que aproveitar! E já que festa é festa, e que enquanto dura… é para valer, também é fácil esquecer que é temporário. No........

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