O Concílio Vaticano II propôs uma renovação e atualização da Igreja Católica. Já passaram quase sessenta anos após o seu encerramento (8/12/1965). Por isso, quando alguns falam da necessidade de um Concílio Vaticano III, deve recordar-se que ainda não foram implementadas muitas das reformas preconizadas pelo Vaticano II.
No decreto sobre a formação sacerdotal, aprovado a 28/10/1965, os padres conciliares preconizaram uma maior atenção à maturidade humana. “Por meio duma formação bem ordenada, cultive-se também nos alunos a devida maturidade humana”, diz o referido decreto no n.o 11. Previa-se, então, a possibilidade de os bispos, para garantir uma maior maturidade e formação espiritual dos candidatos à ordenação, poderem ponderar a necessidade “duma interrupção dos estudos ou dum apto estágio pastoral” (n.º12).
O Papa Francisco referiu num encontro com seminaristas de Nápoles, sexta-feira, que, “na formação sacerdotal, está em marcha um processo que inclui novas questões e novas aquisições: os itinerários formativos estão a passar por muitas transformações”. Isto acontece para corresponder aos “desafios que se colocam ao ministério sacerdotal e que exigem compromisso, paixão e criatividade saudável por parte de todos”.
O Papa saudou as “novas experiências pastorais e missionárias” e revelou que “estão a ser previstas interrupções no itinerário [formativo dos seminários] para promover o amadurecimento individual”. Francisco apelou a que estas “novidades” sejam acolhidas e examinadas.
Em Portugal, devido à falta de clero, verifica-se uma maior preocupação em acelerar o processo formativo do que em apostar em percursos mais longos e exigentes. Porém, se quisermos um Clero com maior maturidade e uma formação mais adequada aos desafios de hoje, convém seguir as experiências que o Papa elogiou.