Na manhã de segunda-feira de 11 de março de 2024 o país despertou com uma nova realidade política.
Na sequência de uma intensa campanha eleitoral, que mobilizou mais votantes que em eleições anteriores, o eleitorado decidiu, e de forma clara transmitiu várias mensagens que devem ser respeitadas e levadas a sério. Uma dessas mensagens demonstrou que se pretende uma mudança completa e radical nas políticas que têm vindo a ser aplicadas e desenvolvidas.

O eleitorado penalizou duramente os partidos protagonistas e agentes de execução destas mesmas políticas que não raras vezes estiveram mais ao serviço de doutrinas ideológicas do que do interesse dos cidadãos.

Esta mensagem deverá ser bem assimilada e obviamente aplica-se à totalidade das áreas de intervenção da governação sem margem para qualquer exceção. O povo quer políticas públicas que verdadeiramente priorizem o interesse das pessoas.

No setor da saúde, provavelmente um dos maiores determinantes deste resultado eleitoral, foi bem notório que os cidadãos não estiveram distraídos face à degradação dos serviços no que respeita ao acesso e à qualidade. Nem mesmo o habilidoso encerramento do serviço de avaliação do sistema de saúde (SINAS), que retratava ao nível dos hospitais a referida degradação e que mostrou o desastre que foi o encerramento das parcerias público-privadas, conseguiu iludir os portugueses.

Mas agora é o tempo de recuperar, unir e construir. Não é tempo de apontar culpas ou julgar, pois o julgamento já foi feito e o veredicto transitado.

O prometido plano nacional de emergência para a saúde é de facto uma necessidade real e emergente. Constitui um excelente ponto de partida para a profunda reforma que tarda a chegar aos serviços de saúde. A prioridade deve ser recentrar os serviços no interesse do cidadão e apenas isso.

Este plano terá necessariamente de contemplar uma rápida reformulação dos serviços de urgência, dos cuidados primários (se se contar com todos os operadores será possível providenciar um médico de família acessível a todos os que dele precisarem), bem como dos investimentos redundantes e despesistas que não trazem nada de novo a não ser novos lugares de dirigentes. E ainda, os hospitais centrais universitários deverão voltar a ser centrais e universitários para que se não percam nem se confundam funções estratégicas e essenciais.

Temos ventos de mudança que podem trazer grandes avanços, nomeadamente um novíssimo SNS com muitas melhorias no setor da saúde.

Assim o novo Governo saiba cumprir e promover as condições adequadas.

QOSHE - Um bom vento… - Eurico Castro Alves
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Um bom vento…

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12.03.2024

Na manhã de segunda-feira de 11 de março de 2024 o país despertou com uma nova realidade política.
Na sequência de uma intensa campanha eleitoral, que mobilizou mais votantes que em eleições anteriores, o eleitorado decidiu, e de forma clara transmitiu várias mensagens que devem ser respeitadas e levadas a sério. Uma dessas mensagens demonstrou que se pretende uma mudança completa e radical nas políticas que têm vindo a ser aplicadas e desenvolvidas.

O eleitorado penalizou duramente os partidos protagonistas e agentes de execução destas mesmas políticas que não raras vezes estiveram mais ao serviço de doutrinas ideológicas do que do........

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