No meu último artigo “Por Uma Economia de Francisco” publicado a 25 de janeiro defendi a necessidade de um novo paradigma para Portugal.

O aumento exponencial das desigualdades a nível nacional, as disparidades no acesso a recursos, serviços e direitos, a distância e assimetria entre interesses pessoais e coletivos, a exploração dos recursos humanos, ambientais e monetários também em Portugal tem sido por demais evidente.

Após a pandemia da COVID-19 e do impacto da guerra na Ucrânia, voltámos muito recentemente a falar da crise financeira de 2008 e do impacto das políticas de austeridade, políticas essas que voltam a estar novamente em cima da mesa.

Com apenas seis anos para 2030, o que tem Portugal para fazer? Mudar consciências? Melhores políticas? Mais investimento? Priorizar o quê e de que forma? Apesar de muito boas intenções, o que se se verifica no mais recente ranking do “Sustainable Development Report 2023/24”, é que Portugal ocupa a vigésima posição entre trinta e quatro países classificados a nível europeu.

É neste contexto que “A Economia de Francisco e o Desenvolvimento Humano Integral” assumem um papel fundamental para a adoção de uma nova abordagem para a economia.

Como responder, portanto, ao sofrimento latente, ao aumento exponencial da pobreza e da incerteza, da perda de valores, entre outros. Quais os desafios e responsabilidades das empresas, instituições, dos governantes e sociedade em geral?

Como referi no último artigo, o pensamento de Francisco de Assis (Séc. XII) impulsionado pelo Papa Francisco, representa assim uma (nova) abordagem para as crises do presente. Importa relembrar que foi a 1 de maio de 2019 (por ocasião do dia de S. José Trabalhador), o Papa Francisco convocou jovens de todo o mundo (economistas, empreendedores e ‘agentes de mudança’” para um encontro intitulado “The Economy of Francesco – Os Jovens; Um Pacto; Um Futuro” a realizar na vila de Assis (Itália) em março de 2020. Os objetivos deste encontro eram refletir sobre como promover uma economia mais justa, inclusiva e sustentável; e firmar um compromisso, no sentido de contribuir para um processo de mudança global para a economia de hoje e do futuro.

Mas o que significa(rá) hoje construir e promover uma nova economia? Uma economia das relações humanas? Pois bem, considero as relações humanas uma importante dimensão da economia.

A declaração final do encontro da “Economy of Francesco” é na verdade um convite de esperança ao desenvolvimento de uma economia melhor, sem o qual é impossível a construção de um mundo melhor, refletindo, pois, um compromisso coletivo (colaboração e solidariedade) com uma abordagem mais humana e sustentável para o desenvolvimento económico.

Tendo em vista as eleições de 10 de março, temos assistido a debates e mais debates, temas e propostas nas mais variadas áreas, mas o que de fato estas nos dizem sobre o compromisso das diferentes forças partidárias com os princípios da “Economia de Francisco”? Estejamos, pois, atentos!

QOSHE - A Economia das Relações Humanas - Filipe Duarte
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A Economia das Relações Humanas

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22.02.2024

No meu último artigo “Por Uma Economia de Francisco” publicado a 25 de janeiro defendi a necessidade de um novo paradigma para Portugal.

O aumento exponencial das desigualdades a nível nacional, as disparidades no acesso a recursos, serviços e direitos, a distância e assimetria entre interesses pessoais e coletivos, a exploração dos recursos humanos, ambientais e monetários também em Portugal tem sido por demais evidente.

Após a pandemia da COVID-19 e do impacto da guerra na Ucrânia, voltámos muito recentemente a falar da crise financeira de 2008 e do impacto das políticas de austeridade, políticas essas que voltam a estar novamente em cima da mesa.

Com apenas seis anos para 2030, o que tem Portugal para fazer? Mudar consciências?........

© JM Madeira


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