Por absoluta coincidência, o primeiro-ministro sentou-se com a SIC Notícias para uma conversa sobre o seu legado no dia em que saiu uma sondagem que dava o seu partido largamente à frente do PSD, a seis pontos de distância. No barómetro da Intercampus, sem distribuição de indecisos, que ainda são bastantes, a diferença entre o PS e a coligação de centro-direita já é maior do que a que separa a Aliança Democrática da concorrência do Chega, a escassos 4,2%. Se um resultado semelhante se materializasse, Luís Montenegro teria uma bancada com cerca de menos 20 deputados, entalada entre um PS vencedor e uma extrema-direita em ascensão.

Sem paninhos quentes: sendo assim, o sistema político português como o conhecemos até hoje acabaria. O regime, a partir de então, seria irremediavelmente outro. A estabilidade como mantra e as relações entre instituições (e dentro delas…) como minimamente cordiais seriam uma memória do passado. A guerrilha cultural como irónica e ocasional importação dos campus americanos (no racismo, no género, no antissemitismo) daria lugar, se é que já não deu, à implantação da violência como linguagem no espaço público. No limite, a natureza constitucional da República passaria a estar em causa, como que uma nuvem negra com lugar cativo sobre São Bento.

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Feliz, claro. Mas até quando?

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27.01.2024

Por absoluta coincidência, o primeiro-ministro sentou-se com a SIC Notícias para uma conversa sobre o seu legado no dia em que saiu uma sondagem que dava o seu partido largamente à frente do PSD, a seis pontos de distância. No barómetro da Intercampus, sem distribuição de indecisos, que ainda são bastantes, a diferença entre o PS e a coligação de centro-direita já é maior do que a que........

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