Com eleições legislativas marcadas para 10 de março do próximo ano e com o Governo demissionário prestes a entrar em gestão corrente, os partidos políticos apressam-se a preparar a contenda eleitoral que deverá gerar uma nova solução governativa.

Já ninguém desconhece os motivos que levaram à interrupção abrupta da sessão legislativa e, se a causa próxima da demissão foi a acusação pelo Ministério Público a várias personalidades ligadas ao Primeiro-ministro, António Costa, não é menos verdade que a sua equipa há muito vinha dando mostras de degradação acelerada.

Na verdade, a frequente substituição de ministros e secretários de estado num curto período não augurava um futuro promissor para o presente governo. A agravar esta rápida dança de cadeiras esteve a recusa de substituição de João Galamba, numa clara e direta afronta ao Presidente da República por parte de António Costa.

Neste cenário de degradação e com o país num contexto de instabilidade em setores vitais como a Habitação, a Saúde e a Educação, era previsível o desfecho que se veio a verificar.

Aqui chegados, é tempo dos diversos atores políticos prepararem as suas propostas, clarificarem os seus programas e apresentarem soluções para os problemas que afligem os portugueses.

É tempo de virar a página de um grosso livro que nos recorda a formação de um governo minoritário do Partido Socialista (PS) apoiado pelo Partido Comunista e pelo Bloco de Esquerda que ficou conhecido por “geringonça”, terminando na maioria absoluta que, por culpa própria, precocemente pereceu.

É tempo de restituir a esperança aos portugueses e de os levar a votar massivamente no próximo dia 10 de março. Para isso é crucial que se gere uma alternativa credível e mobilizadora.

À esquerda o panorama parece mais claro com um dos candidatos a líder do PS, Pedro Nuno Santos, a puxar pela reedição da “geringonça”, agora de uma forma mais formal e o outro, José Luís Carneiro, a pugnar por um regresso à moderação e ao respeito pelos resultados eleitorais na formação de governo.

À direita, com a fragmentação sofrida nos últimos anos, a situação é, no momento, mais complexa. A par do Partido Social Democrata (PSD/PPD), do CDS-Partido Popular (CDS-PP) e do Partido Popular Monárquico (PPM), fundadores da democracia portuguesa, apareceram o Chega, a Iniciativa liberal e o Aliança.

Neste contexto, a formação de uma coligação de centro-direita é uma obrigação de quantos aspiram a uma mudança e a um novo rumo para Portugal.

Por diferentes razões, excluídos o Chega e a Iniciativa Liberal, que ainda há pouco rejeitou essa solução, tudo deve ser feito para ultrapassar as pequenas dificuldades e oferecer aos portugueses uma alternativa que congregue à volta do PSD o CDS-PP, o PPM, a Aliança e independentes de reconhecida qualidade, à semelhança do que aconteceu nas eleições autárquicas de Lisboa com a coligação “Novos Tempos”.

É tempo destes partidos reeditarem uma coligação que se apresente ao povo português unida, com um programa claro e ambicioso, de forma a restituir a esperança abalada por uma sucessão de casos e trapalhadas.

É tempo de com elevado sentido patriótico estes partidos darem as mãos e oferecerem aos portugueses uma alternativa credível e capaz de os fazer acreditar que é possível construir um novo caminho de justiça, de progresso e de paz social que lhes devolva a confiança.

Nos últimos dias várias personalidades de relevo e de grande importância dentro do PSD e do CDS-PP vieram defender esta solução. Que tudo seja feito para que, logo que possível, os partidos em questão a apresentem ao eleitorado que deseja a mudança e anseia por um novo rumo para Portugal.

Este é o desejo de muitos portugueses e é também o meu profundo anseio. Não há tempo a perder.

QOSHE - Reeditar a coligação “Novos Tempos” – Não há tempo a perder - J. M. Gonçalves De Oliveira
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Reeditar a coligação “Novos Tempos” – Não há tempo a perder

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28.11.2023

Com eleições legislativas marcadas para 10 de março do próximo ano e com o Governo demissionário prestes a entrar em gestão corrente, os partidos políticos apressam-se a preparar a contenda eleitoral que deverá gerar uma nova solução governativa.

Já ninguém desconhece os motivos que levaram à interrupção abrupta da sessão legislativa e, se a causa próxima da demissão foi a acusação pelo Ministério Público a várias personalidades ligadas ao Primeiro-ministro, António Costa, não é menos verdade que a sua equipa há muito vinha dando mostras de degradação acelerada.

Na verdade, a frequente substituição de ministros e secretários de estado num curto período não augurava um futuro promissor para o presente governo. A agravar esta rápida dança de cadeiras esteve a recusa de substituição de João Galamba, numa clara e direta afronta ao Presidente da República por parte de António Costa.

Neste cenário de degradação e com o país........

© Diário do Minho


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