Antes de mais, muitos parabéns a todo o universo Diário do Minho por ter feito em 15/4 105 anos de vida. Uma vitalidade independente e deveras singular no contexto regional, mas também nacional e internacional entre a diáspora Minhota. Porque o todo é composto pelas partes e as partes, umas mais do que as outras, fazem o todo. E com assombro num país como Portugal onde não existe regionalização, salvo nos Açores e na Madeira, aliás único caso da UE. O que provoca injustiças na redistribuição das riquezas nacionais. Vale a pena ler o editorial e opiniões de 15/4, bem como a mensagem do Presidente da República Prof. Marcelo Rebelo de Sousa. Desde que colaborámos com o Diário do Minho que fazemos questão em assinalar e comemorar o 25 de Abril e o 1.º de Maio. Mais do que uma vez também referimos o 25 de Novembro ou o 28 de Maio que, contextualizado, foi acolhido de braços abertos pelo Povo Português. Só é pena, depois, o regime ter apodrecido sob a batuta da ditadura. Assim como referimos vários cantautores e poetas de Abril como José Afonso, o maior entre todos os seus pares e que lançou tantos deles. Sendo certo que morreu com dificuldades em pagar os seus medicamentos. Assim também Camões acabou na miséria. E, já agora, A.O. Salazar não morreu rico. Sem esquecer que o poder dá quase tudo de graça e há cerca de 10.000 vítimas de tortura e assassinato pela PIDE. E se Aristides de Sousa Mendes acabou igualmente na miséria por ter salvo inúmeros judeus a caminho do extermínio, também Salazar esteve bem em ter evitado que Franco, Hitler ou Mussolini entrassem por aqui adentro para torturar e matar milhões de judeus-cristãos-novos. Ou não tivesse São Paulo sido o assassino Saulo. E, portanto, comemoramos hoje o Estado (espaço e tempo) de Direito Democrático e Social, Livre e Verdadeiro. A Liberdade de Expressão. O Sindicalismo constitucional e legítimo na sua necessidade, adequação e proporcionalidade. Aqui já publicámos sobre liberdade e trabalho: 19/4/24; 28/3/23; 29 e 22/4/22; 30/4 e 23/4/21; 1/5 e 24/4/20; 3/5 e 26/4/19; 4/5 e 27/4/18; 5/5 e 28/4/17; 6/5 e 29/4/16; 1/5 e 24/4/15; e 2/5 e 25/4/14. Até 30/11/18, também foram publicados em livro, Portugal-Brasil, Editora Juruá, Curitiba, Brasil: Justiça&Política com Tempero, Volumes, I, 2016; II, 2017; III, 2019; e IV, 2021: https://www.jurua.com.br/shop_search.asp?onde=loj&texto=melo%20bandeira . Também por 3 anos organizámos a comemoração do 25 de Abril no IPCA encarregados então pelo nosso saudoso Presidente Prof. Dr. João Carvalho. Que deve estar a dar voltas ao Túmulo pelos Valores de Abril. Fizémos 3 Seminários com convidados por mim escolhidos: 25/4/11, com o Prof. Dr. Manuel Carlos Silva da Universidade do Minho, mentor de Carvalho da Silva da CGTP; 25/4/12, com o Coronel Antero Ribeiro da Silva Presidente da Delegação do Norte da Associação 25 de Abril; e 25/4/13 com o então Presidente da Direcção do Sindicato Nacional do Ensino Superior, Prof. Dr. António Vicente. Defendo, de novo aqui, que a comemoração do 25 de Abril deveria ser inclusive obrigatória em todas as instituições públicas desde que com o mínimo de gastos. E como fazer Abril e Portugal nas instituições do ensino superior? Alterar a legislação de modo a que a maioria dos cargos internos (v.g. directores de escolas e faculdades, directores de departamentos e de cursos, provedores – do estudante, do funcionário e do professor e investigador -, comissões de prevenção da corrupção e ética, entre muitos outros, sejam por ELEIÇÃO DEMOCRÁTICA, e nunca por nomeação. Além de que as pessoas não deveriam poder acumular comissões que, na prática, são incompatíveis. Na prática os nomeados obedecem cegamente aos nomeadores, tirando honrosas excepções quando se demitem imediatamente. Além disso, progredir na carreira é impedido pelo abuso de poder. Mas Abril é também a Liberdade de Consciência, de Religião e de Culto (art. 41º da Constituição), a Liberdade de Criação Cultural (art. 42º), a Liberdade de Aprender e Ensinar (art. 43º). É prioritário descorromper o 25 de Abril, assim como o 25 de Novembro.

QOSHE - Meio Século de 25 de Abril e Liberdade de Expressão: 1º de Maio - Gonçalo S. De Mello Bandeira
menu_open
Columnists Actual . Favourites . Archive
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close
Aa Aa Aa
- A +

Meio Século de 25 de Abril e Liberdade de Expressão: 1º de Maio

56 0
27.04.2024

Antes de mais, muitos parabéns a todo o universo Diário do Minho por ter feito em 15/4 105 anos de vida. Uma vitalidade independente e deveras singular no contexto regional, mas também nacional e internacional entre a diáspora Minhota. Porque o todo é composto pelas partes e as partes, umas mais do que as outras, fazem o todo. E com assombro num país como Portugal onde não existe regionalização, salvo nos Açores e na Madeira, aliás único caso da UE. O que provoca injustiças na redistribuição das riquezas nacionais. Vale a pena ler o editorial e opiniões de 15/4, bem como a mensagem do Presidente da República Prof. Marcelo Rebelo de Sousa. Desde que colaborámos com o Diário do Minho que fazemos questão em assinalar e comemorar o 25 de Abril e o 1.º de Maio. Mais do que uma vez também referimos o 25 de Novembro ou o 28 de Maio que, contextualizado, foi acolhido de braços abertos pelo Povo Português. Só é pena, depois, o regime ter apodrecido sob a batuta da ditadura. Assim como referimos vários cantautores e........

© Diário do Minho


Get it on Google Play