É necessário pensar seriamente no futuro do país, independentemente da governação, pois apesar de uma maioria absoluta e com a contribuição de arcos partidários, adequada à democracia instalada em 1974, diversos serviços públicos poderiam não entrar em desestruturação, com efeitos de retrocesso e impeditivos para prosseguir com projetos inovadores e com visão.

Devemos agir, neste contexto criativo e inovador, com sentido de equidade e equilíbrio social, não discriminando setores, como aconteceu na área da segurança e sem uma estratégia bem planeada e intrínseca às regiões, quer rurais, quer urbanas.

Portugal poderia aproveitar os fundos comunitários de grande relevância financeira, para dar implemento significativo às Instituições de Solidariedade Social, trabalhando em rede as pequenas e médias empresas e renovar ou recuperar meios viários, rodoviários ou ferroviários para canalizar as migrações para as zonas raianas ou do interior, tendo em vista a sua reocupação, criando riqueza e motivando projetos agropecuários, atenuando a importação de bens alimentares ou de outros produtos ligados a diversas áreas, aproveitando a multiculturalidade e as vivências dos migrantes dos países de origem, mas também para produzirem materiais criadores de riqueza local ou ainda para outras regiões.

Porém, para atingir estes objetivos, é necessário e fundamental direcionar fundos comunitários para recuperar o património habitacional abandonado em muitas povoações ou pequenos núcleos populacionais em diversas regiões desertificadas ou abandonadas do país e criando o sistema de distribuição de terrenos abandonados, dentro de regras previamente estabelecidas, para a produção de diversos produtos agrícolas locais ou outros com características diferentes, adaptadas às características climáticas de cada região, produzidos em países de ocupação migrante.

É fundamental reocupar as regiões abandonadas, incentivando a fixação de migrantes, pois seria também uma forma de atenuar a sua concentração em bairros urbanos, sem condições de habitabilidade e grande incidência de pobreza, sem meios de subsistência, o que pode originar graves problemas, alguns destes em maior intensidade, criando máfias, levando a confrontações étnicas e incentivando a violência e o crime.

Como se desenvolveram grandes cidades em Trás-os-Montes, nas Beiras, no Alto e Baixo Alentejo? Foi com a chegada de cidadãos vindos das colónias após o 25 de abril, onde deixaram o seu património predial, industrial e agropecuário e os seus bens, devido à política seguida pelo Estado Novo e cuja ditadura não aceitou a visão de grandes políticos, economistas, gestores e militares para as “províncias ultramarinas”, abandonando os países lusófonos, por discordarem da política seguida pela ditadura.

As grandes universidades modernas do país foram formadas com quadros altamente qualificados vindos do ensino universitário e de grandes centros de investigação existentes nas colónias ou da área empresarial inovadora, com visão e abertura trans global para o desenvolvimento de territórios, citando-se entre as principais: UTAD – Vila Real, Universidade do Minho, Universidade de Aveiro, Universidade Nova de Lisboa, Universidade de Évora e também do Algarve.

Os partidos têm de pensar o país no seu todo, apresentando projetos bem delineados e estratégicos para o presente e para o futuro, procurando criar situações inovadoras dentro da economia polidiversificada e atualmente também no digital, evitando críticas destrutivas ou afirmações populistas ou aliciantes para determinadas franjas populacionais, na procura de voto para ocupar cargos governativos, mantendo o conservadorismo persistente ou mediante polémicas que não se enquadram na dignidade humana e são muitas vezes o cerne de ataques pessoais ou partidários.

QOSHE - Os fundos comunitários e o desenvolvimento do país - Bernardo Reis
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Os fundos comunitários e o desenvolvimento do país

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17.02.2024

É necessário pensar seriamente no futuro do país, independentemente da governação, pois apesar de uma maioria absoluta e com a contribuição de arcos partidários, adequada à democracia instalada em 1974, diversos serviços públicos poderiam não entrar em desestruturação, com efeitos de retrocesso e impeditivos para prosseguir com projetos inovadores e com visão.

Devemos agir, neste contexto criativo e inovador, com sentido de equidade e equilíbrio social, não discriminando setores, como aconteceu na área da segurança e sem uma estratégia bem planeada e intrínseca às regiões, quer rurais, quer urbanas.

Portugal poderia aproveitar os fundos comunitários de grande relevância financeira, para dar implemento significativo às Instituições de Solidariedade Social, trabalhando em rede as pequenas e médias empresas e renovar ou recuperar meios viários, rodoviários ou ferroviários para canalizar as migrações para as zonas raianas ou do........

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