No dia 20 de janeiro foi apresentado, no Seminário Maior de Coimbra, o Relatório da Liberdade Religiosa no Mundo 2023 da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (FAIS).
Estiveram presentes o Bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, a diretora em Portugal da FAIS, Catarina Martins de Bettencourt, e o arcebispo de Lahore (Paquistão), D. Sebastian Shaw, que falou sobre a situação dos cristãos no seu país.
Relatório da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre revela que, dos 196 países analisados, em 61 há restrições à liberdade religiosa; cerca de 62% da população mundial vive nestes países ( 4,9 mil milhões de pessoas).
O relatório inclui na ‘categoria vermelha’ 28 países onde há perseguição religiosa, dos quais 13 situam-se em África. Os raptos, a violência sexual, incluindo escravatura sexual e a conversão religiosa forçada continuam a verificar-se e permanecem em grande parte impunes, sobretudo na África Ocidental e no Paquistão.
Este ano, pela primeira vez, o relatório menciona o continente americano, por causa da situação que se vive em Cuba, Venezuela e também na Nicarágua.
Segundo a diretora em Portugal da FAIS, em declarações à Lusa, o relatório distingue os países onde se verifica discriminação religiosa e os países onde há perseguição, com pessoas a serem presas ou mortas com base na sua fé. Neste sentido, referiu que “No caso da perseguição com base na religião, temos países como a Índia, Paquistão, Afeganistão, China, Arábia Saudita e Irão, no continente asiático. Se olharmos para a África, há perseguição em países como a Nigéria, Mali, Sudão, República Democrática do Congo e no norte de Moçambique”.
Segundo a ONG Puertas Abiertas, no seu relatório de 2024 referente à perseguição dos cristãos, acabado de ser publicado, entre 1 de Outubro de 2022 e 30 de Setembro de 2023, 14 766 lugares de culto foram destruídos ou encerrados e 4998 cristãos foram assassinados. Um em cada 7 cristãos é perseguido no mundo – um em cada 5 na África, 2 em cada 5 na Ásia, um em cada 16 na América Latina. A Coreia do Norte voltou a encabeçar o ranking negativo de perseguição mais severa, seguindo-se Somália, Líbia, Eritreia, Iémen, Nigéria, Paquistão, Sudão, Irão e Afeganistão, ocupando Índia e China os lugares 11º e 19º, respetivamente. Segundo o Relatório, são 57 os países onde os cristãos enfrentam uma perseguição severa…
A diretora em Portugal da FAIS, Catarina Martins de Bettencourt disse ainda que o relatório aponta também no sentido da “importância da educação”, inclusive em contexto escolar: “É muito importante educarmos as crianças desde pequenas, no sentido de perceberem o que é que é cada religião, as diferenças entre todas as religiões e ensiná-las no sentido da tolerância. Ensinar a não discriminar ninguém, a não perseguir ninguém, apenas porque é de uma religião ou de outra”.