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Por José Reinaldo Carvalho, 247 - As ameaças das forças extremistas venezuelanas contra o processo eleitoral democrático bolivariano e a ingerência dos Estados Unidos nos assuntos internos do país sul-americano instauram uma nova situação conflituosa que tende a marcar nos próximos meses a região latino-americana e caribenha. Tudo indica que haverá uma renhida disputa política em que mais uma vez estará à prova a estabilidade da Venezuela, a independência do país, a unidade do povo e a força de seu governo.

A julgar pelo tom das declarações de líderes da oposição interna, dos representantes do imperialismo estadunidense e da campanha já iniciada pela mídia empresarial, está sendo esboçada uma intentona golpista e contrarrevolucionária. Todo o repertório de medidas agressivas poderá ser utilizado na nova fase da luta para derrotar a revolução anti-imperialista venezuelana: sanções, bloqueios, ameaças, apoio à subversão interna, infiltração de agentes, não reconhecimento da legitimidade do resultado eleitoral, proclamação de governo paralelo e intervenção propriamente dita, porquanto tornou-se corrente o uso de múltiplas formas de luta na guerra de amplo espectro da atualidade. O Departamento da Defesa deixou claro, por meio do porta-voz John Kirby, que os Estados Unidos têm "opções à sua disposição".

Os fatos são conhecidos, embora divulgados de maneira distorcida pela imprensa ligada às forças reacionárias e aos interesses imperialistas. O Poder Judiciário venezuelano decidiu inabilitar a líder oposicionista María Corina Machado por 15 anos, impedindo-a de concorrer nas eleições a partir do pleito presidencial de 2024. Os motivos são simples e se referem à torpeza das ações da atual eleita pelos EUA para liderar a oposição a Maduro. Corrupção, apoio explícito às sanções e ao vilipêndio à economia nacional e traição à pátria. Ato contínuo à decisão sobre sua inelegibilidade, o governo dos Estados Unidos anunciou a retomada de sanções contra a Venezuela.

A decisão dos Estados Unidos de impor sanções reacende tensões diplomáticas e ressalta a complexidade do momento e a amplitude da crise que pode advir. Sintomaticamente, a crise da segurança pública no Equador e a disputa em torno do território de Essequibo, estão sendo utilizadas como pretexto para abrir uma nova etapa à presença militar dos Estados Unidos na região. O Comando Sul das Forças Armadas estadunidenses está pronto para enviar tropas ao Equador e ao Peru e manter a opção de "defender" a Guiana com navios de guerra.

A posição firme do governo venezuelano diante das ameaças em curso indica que é uma quimera dos intervencionistas a ideia de que alguma cedência pudesse haver da parte dos bolivarianos. Ao contrário, as indicações que emanam do Palácio de Miraflores, sede do governo, e da Casa Amarela, a Chancelaria, são de que a vanguarda da revolução bolivariana vai levar às últimas consequências a decisão tomada desde os tempos de Hugo Chávez, de não entregar o poder, sob nenhuma circunstância.

Os Estados Unidos apostam que, como as sanções têm impactos significativos na economia venezuelana, a sua extensão poderá criar uma situação insustentável socialmente que redunde em sublevação e derrubada do governo, pela via eleitoral ou de ações contrarrevolucionárias violentas.

A República Bolivariana afirmou que não cederá a chantagens e que suas instituições continuarão a cumprir as leis e a Constituição nacional, em respeito ao mandato recebido do povo venezuelano, arguindo ao mesmo tempo que continua comprometido com os acordos de Barbados, um pacto com a oposição de realizar eleições regulares, que não se debruçou sobre a situação de candidaturas específicas. A inelegibilidade de Maria Corina Machado não tem qualquer vinculação com os acordos de Barbados, que estabeleceram um cronograma para as eleições presidenciais.

O governo de Maduro continua comprometido com o diálogo nacional, convicto de que este é uma via para buscar consenso e estabilidade, permitindo que a Venezuela trace seu próprio caminho rumo ao futuro.

Se de um lado o imperialismo estadunidense ameaça sancionar a Venezuela, por outro não faltou a solidariedade de países amigos. O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, expressou solidariedade com a Venezuela em face da ameaça de novas sanções dos Estados Unidos. Ainda permanece, porém, uma incógnita sobre as possíveis reações de outros países da região, incluindo o Brasil.

O Brasil não está imune aos efeitos de uma eventual crise política e quebra da estabilidade na Venezuela. Mensageiros do imperialismo começam a cobrar a condenação do governo de Lula às medidas do Poder Judiciário venezuelano. O Brasil, como ator central na política latino-americana, torna-se uma peça-chave nesse tabuleiro geopolítico. Não faltarão pressões e chantagens sobre nossa diplomacia e o Palácio do Planalto. A solidariedade regional, como a expressa por Cuba, pode influenciar uma abordagem coletiva em defesa da estabilidade e autonomia dos países latino-americanos e no caso específico, a Venezuela.

A resposta de outros países latino-americanos, incluindo o Brasil, será decisiva para determinar a trajetória dos acontecimentos e moldar o futuro das relações diplomáticas, da soberania nacional e da integração na região.

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Forças da direita e Estados Unidos fazem novas ameaças de golpe contra a Venezuela e Maduro promete resistir

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03.02.2024

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Por José Reinaldo Carvalho, 247 - As ameaças das forças extremistas venezuelanas contra o processo eleitoral democrático bolivariano e a ingerência dos Estados Unidos nos assuntos internos do país sul-americano instauram uma nova situação conflituosa que tende a marcar nos próximos meses a região latino-americana e caribenha. Tudo indica que haverá uma renhida disputa política em que mais uma vez estará à prova a estabilidade da Venezuela, a independência do país, a unidade do povo e a força de seu governo.

A julgar pelo tom das declarações de líderes da oposição interna, dos representantes do imperialismo estadunidense e da campanha já iniciada pela mídia empresarial, está sendo esboçada uma intentona golpista e contrarrevolucionária. Todo o repertório de medidas agressivas poderá ser utilizado na nova fase da luta para derrotar a revolução anti-imperialista venezuelana: sanções, bloqueios, ameaças, apoio à subversão interna, infiltração de agentes, não reconhecimento da legitimidade do resultado eleitoral, proclamação de governo paralelo e intervenção propriamente dita, porquanto tornou-se corrente o uso de múltiplas formas de luta na guerra de amplo espectro da atualidade. O Departamento da Defesa deixou claro, por meio do porta-voz John Kirby, que os Estados Unidos têm "opções à sua........

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